ATA DA NONAGÉSIMA NONA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 29-10-2009.

 


Aos vinte e nove dias do mês de outubro do ano de dois mil e nove, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Thiago Duarte, Ervino Besson, Fernanda Melchionna, Luiz Braz, Maria Celeste, Paulinho Ruben Berta, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo e Toni Proença. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Airto Ferronato, Aldacir José Oliboni, Beto Moesch, Dr. Raul, Engenheiro Comassetto, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, João Pancinha, Marcello Chiodo, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro e Tarciso Flecha Negra. À MESA, foram encaminhados: pela Mesa Diretora, o Projeto de Resolução nº 043/09 (Processo nº 5182/09); pelo Vereador Adeli Sell, conjuntamente com o Vereador Luiz Braz, o Projeto de Lei do Legislativo nº 214/09 (Processo nº 4339/09); pelo Vereador João Antonio Dib, o Projeto de Resolução nº 040/09 (Processo nº 5010/09). Na ocasião, foi apregoado o Memorando nº 139/09, firmado pelo Vereador Sebastião Melo, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, por meio do qual Sua Excelência informa a Representação Externa do Vereador Bernardino Vendruscolo, hoje, na cerimônia de abertura do VI Simpósio do Direito Imobiliário, às quatorze horas, no Centro de Eventos do Hotel Plaza São Rafael, em Porto Alegre. Ainda, foi apregoado o Memorando nº 071/09, de autoria da Vereadora Maria Celeste, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando autorização para representar externamente este Legislativo, hoje, na solenidade de conclusão do 11º Curso de Promotoras Legais Populares, às dezenove horas, no Teatro Bruno Kiefer da Casa de Cultura Mário Quintana, em Porto Alegre. Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos 401/09, do Senhor Luiz Fernando Rigotti, Diretor-Geral do Departamento Municipal de Previdência dos Servidores Públicos do Município de Porto Alegre – PREVIMPA –; 640356, 640412, 640865, 640867, 641395 e 641701/09, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Durante a Sessão, deixaram de ser votadas as Atas da Nonagésima Primeira e Nonagésima Segunda Sessões Ordinárias e da Décima Quarta Sessão Extraordinária. Às quatorze horas e dois minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e três minutos, constatada a existência de quórum. A seguir, o Vereador Carlos Todeschini procedeu à leitura de Requerimento de sua autoria, de Moção de Repúdio ao Prefeito José Fogaça, em face do funcionamento em regime de plantão dos Postos de Saúde de Porto Alegre durante o período de trinta de outubro a dois de novembro do corrente, tendo o Senhor Presidente prestado esclarecimentos acerca da tramitação e votação de Requerimentos por este Legislativo. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, às Senhoras Gládis Lima de Souza e Hericka Zogby, respectivamente Presidenta e Psicóloga da Associação Nacional dos Portadores de Psoríase – PSORISUL –, que se pronunciaram acerca do transcurso, hoje, do Dia Mundial da Psoríase. Na oportunidade, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Vereador Luiz Braz, que, em nome da Casa, manifestou-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Também, o Senhor Presidente registrou a presença, neste Plenário, do Vereador Jarbas Cardoso de Mateo, da Câmara Municipal de Dom Pedrito – RS. Às quatorze horas e trinta e três minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e trinta e quatro minutos, constatada a existência de quórum. Às quatorze horas e trinta e sete minutos, conforme deliberado pelo Colégio de Líderes, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Sebastião Melo e secretariados pelo Vereador Nelcir Tessaro. Do que eu, Nelcir Tessaro, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Declaro abertos os trabalhos da presente Sessão.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h02min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo – às 14h03min): Havendo quórum, estão reabertos os trabalhos da presente Sessão.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; faço Requerimento de Moção de Protesto em função da seguinte situação (Lê): “O Vereador que esta subscreve requer a Vossa Excelência que, após os trâmites regimentais, com fundamento no art. 95 do Regimento deste Legislativo e no parágrafo único do art. 55 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, seja encaminhada a seguinte Moção de Protesto ao Prefeito Municipal de Porto Alegre, Sr. José Fogaça, pelos motivos que passo a expor: a presente Moção de Protesto justifica-se pela necessidade de que, no feriadão de quatro dias (de sexta-feira, dia 30-10, a segunda-feira, dia 03-11), os Postos de Saúde Municipais funcionem em regime de plantão, com vistas a não deixar a comunidade porto-alegrense em absoluto desamparo na área da Saúde Pública. A solução apresentada pelo Governo Municipal, ou seja, o funcionamento de somente 04 (quatro) unidades de saúde, não é suficiente, vai comprometer e sobrecarregar ainda mais o conjunto das Emergências dos hospitais de Porto Alegre. Solicito que esta Moção seja encaminhada aos seguintes destinatários: Sr. Prefeito Municipal de Porto Alegre, Secretário Municipal de Saúde e Conselho Municipal de Saúde”.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Vereador, eu acolho como registro, nós temos hoje uma ordem de trabalho do Plano Diretor com a qual V. Exª contribuiu enormemente para que fosse realizada. A votação de uma Moção tem de se dar na Ordem do Dia, e nós não temos Ordem do Dia hoje. Então recolho o registro que V. Exª fez, e vamos submeter à votação provavelmente na quarta-feira.

Quero pedir a atenção dos Srs. Vereadores: o Ver. Luiz Braz solicitou a esta Casa, há algum tempo, especialmente à Mesa Diretora, que fosse a Tribuna Popular - ou o Grande Expediente, ou o período de Comunicações - destinada à Associação Nacional dos Portadores de Psoríase, para que a Associação pudesse estar conosco tratando deste tema tão importante. Por isso combinamos aqui que o Ver. Braz falará pela Casa como proponente, considerando os apartes que forem necessários, e logo em seguida nós estaremos encerrando a Sessão Ordinária para darmos continuidade à Comissão Especial do Plano Diretor.

Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

A Srª Gládis Lima de Souza, Presidente da Associação Nacional dos Portadores de Psoríase, a PSORISUL, está com a palavra para falar sobre o Dial Municipal da Psoríase, pelo tempo regimental de 10 minutos.

 

A SRA. GLÁDIS LIMA DE SOUZA: Boa-tarde, Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores! Em primeiro lugar, quero agradecer ao Presidente desta Casa e ao meu amigo e parceiro Ver. Luiz Braz a oportunidade de estar, hoje, nesta tribuna para falar sobre o Dia Mundial, Nacional, Estadual e Municipal da Psoríase. Psoríase é uma palavra muito difícil de se falar, perguntam: “Pso, o quê?” Psoríase não é fácil de se falar, e a doença também é difícil. Em segundo lugar, quero me apresentar, sou Presidente da Associação Nacional dos Portadores de Psoríase, entidade civil, sem fins lucrativos, fundada em 2001, de utilidade pública, que tem como um dos objetivos a divulgação da doença e dos impactos causados aos portadores.

A psoríase não é contagiosa, é uma doença crônica e inflamatória da pele e, em alguns casos, pode afetar até as articulações, é a chamada artrite psoriásica, trazendo um dano ainda maior ao portador de psoríase, pois traz deformidades nas articulações. Segundo estatísticas, a doença afeta de 1% a 3% da população mundial. Hoje, no Brasil, aproximadamente cinco milhões de brasileiros têm psoríase. É uma doença antiga, é confundida com a Lepra, seu aspecto é muito feio. As causas ainda são desconhecidas, mas sabe-se que existem fatores que desencadeiam ou pioram a doença. Um dos fatores é o stress emocional; depois, a Drª Hericka vai falar um pouquinho sobre esse fator desencadeamento da doença.

Por afetar o maior órgão do ser humano - a pele -, a doença é impactante e traz inúmeros prejuízos à qualidade de vida do portador em termos sociais, físicos e ambientais. Os portadores são vítimas constantes do preconceito e da discriminação. A grande maioria se esconde por debaixo de roupas, deixam de passear, deixam de ir à praia, deixam de ter uma vida normal, com receio de constranger ou ser constrangido pelas pessoas. A psoríase pode ser diretamente incapacitante, pois, eventualmente, a pele rasga, incapacitando o portador de se movimentar. As pessoas têm dificuldade de desenvolver atividades diárias e simples, como usar as mãos, tomar banho, dormir, caminhar, sentar ou levantar, além de perderem muito tempo do seu dia a dia, por exemplo, para passar pomadas e com outras atividades indiretas em relação ao tratamento. A psoríase não é meramente um problema estético, como a classe médica vê; psoríase grave pode levar, muitas vezes, ao óbito.

Pensamos sobre o que poderíamos fazer para que a informação chegasse à população, porque não temos o reconhecimento pelos órgãos de Saúde como uma doença crônica. Se vamos ao Ministério da Saúde, não encontramos nada; em todo lugar que se vai, não encontramos nada sobre psoríase, e psoríase é uma doença antiga. Hoje, com o trabalho que a Associação vem fazendo, vem divulgando...

Um dos principais objetivos é divulgar a doença, mostrar que ela não é contagiosa, mostrar que a gente pode cumprimentar, abraçar um portador de psoríase, porque a psoríase é genética. Pensando em como fazer chegar a informação até a população, nós criamos o guia “Psoríase - Uma Questão de Pele”. Ele é bastante didático, tem orientações e informações sobre a doença, depoimentos de portadores da doença que chegaram até mim, ficou um livro com perguntas e respostas, e a distribuição é gratuita. Eu acho que vai ajudar muito não o portador, mas os familiares e a população em geral, para conhecerem um pouco mais dessa doença, que parece ser moderna mas não é, é uma doença bastante antiga.

Senhores e senhoras, hoje, dia 29 de outubro, o mundo todo está celebrando o dia de conscientização, de mobilização, o dia em que diversas associações, no mundo, estão chamando a atenção do Poder Público, das autoridades, sobre uma doença que, além da discriminação e do preconceito, conta com o visível prejuízo externo de mutilações e deformidades. Já demos um grande passo ao estarmos aqui, Sr. Presidente. Já estamos no Calendário Oficial do Município - a entidade é considerada de utilidade pública - com o Dia Municipal da Psoríase. É um grande passo. O envolvimento dos senhores em relação à doença é muito importante, porque os portadores têm que ser ouvidos. Eles sofrem muito com a discriminação e com o preconceito das pessoas.

Quero agradecer ao nobre Presidente da Mesa, ao meu querido amigo Ver. Luiz Braz, sempre contamos com ele, com muito carinho. Ele recebe os portadores sempre de braços abertos. E o que eles mais querem é receber abraços. Eles dizem: “Eu chego naquela porta e só recebo carinho e abraços”.

Esse é um dia importante para todos nós. Quem sabe hoje não seja um passo importante também para que os senhores possam fazer, quem sabe, uma política de saúde ao portador. Se procurarmos, não existe nenhuma, não há nada! Vamos apoiar os portadores de psoríase.

Eu não sou portadora de psoríase, entrei na causa porque percebi a discriminação e o preconceito. Tenho, na minha família, uma irmã, de 46 anos, com Síndrome de Down, e minha mãe desenvolveu vitiligo assim que ela nasceu. Então, há 46 anos, senhores e senhoras, imaginem uma pessoa com Síndrome de Down na rua e uma mãe, toda manchada de branco - as duas eram discriminadas o tempo inteiro. Acabei me envolvendo nessa luta, adorei a causa. Estou há nove anos presidindo a entidade. Muito obrigada por este espaço de hoje.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Convido a Srª Gládis para fazer parte da Mesa.

A Srª Hericka Zogbi está com a palavra.

 

A SRA. HERICKA ZOGBI: Boa-tarde a todos! Quero fazer minhas as palavras da Gládis, quero agradecer a Gládis e aos demais apoiadores dessa causa. A gente poder divulgar em todas as instâncias da sociedade a importância, o impacto que a psoríase tem enquanto doença crônica, não apenas no nível físico mas em nível psicológico; a gente ter este espaço é de grande honra para nós. A Gládis está há nove anos envolvida com essa questão, eu estou há três ou quatro anos e posso dizer a vocês que pude estudar, em termos psicológicos, as questões emocionais do paciente com psoríase com o apoio da Gládis, que pôde me ajudar nesta minha caminhada. Hoje desenvolvo alguns trabalhos com esses pacientes na cidade de Santa Maria, porque estou vinculada à Universidade Federal de Santa Maria, mas esse trabalho começou aqui e começou através da Associação Nacional dos Portadores de Psoríase.

O que eu quero deixar registrado é que a psoríase é uma doença crônica, uma doença de um sofrimento reconhecido mundialmente, tanto quanto doenças cardíacas, pulmonares e outras que recebem apoio da mídia e o apoio de políticas sociais, o que não é o caso da psoríase. O que é mais importante para nós hoje é que a gente possa entender o portador de psoríase como uma pessoa que sofre, e sofre visivelmente, porque o adoecimento da pele denuncia, automaticamente a gente percebe que a pessoa sofre, diferentemente de pessoas com problemas cardíacos, por exemplo, quando a gente só sabe conversando. Então, o recado de hoje é este: que a gente possa seguir uma tendência que é mundial, a de entender a psoríase como uma doença global, que causa muitos prejuízos e que necessita de um olhar tão específico quanto doenças já comumente debatidas na sociedade. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Registro a presença do nosso colega, Vereador do Partido dos Trabalhadores, da querida Dom Pedrito, Jarbas Cardoso De Mateo, que se encontra aqui no Plenário. Seja bem-vindo, sinta-se à vontade na nossa Casa. (Palmas.)

O Ver. Luiz Braz está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; minha querida amiga Gládis Lima de Souza; muito obrigado também pela presença, Drª Hericka. Minha querida Drª Roberta, filha da Gládis, que também ajuda muito aqueles que sofrem com o problema da psoríase para que possam ter o sofrimento minimizado. Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, quero dizer que esta Casa, a pedido da Associação Nacional da Psoríase, aprovou o Dia Municipal da Psoríase, e é exatamente este dia, 29 de outubro, que estamos registrando aqui no Plenário da Câmara Municipal. O trabalho da Associação é exatamente conscientizar as pessoas, que muitas vezes têm dificuldade de saber como se manifesta a doença e sobre quais caminhos ela deve seguir.

Minha querida amiga Fernanda, Vereadora neste Município, que também sofre de psoríase, nós recebemos um motorista de táxi no nosso gabinete, encaminhado pela Associação. Esse motorista de táxi tinha o corpo completamente coberto pela psoríase. Como é que ele ia exercer a sua função de motorista de táxi, ele, que é obrigado a estar constantemente em contato com outras pessoas? Ele vivia todo encapuzado para não permitir que o seu cliente visse que ele tinha o rosto com algum tipo de deformidade. Os medicamentos para que ele pudesse aliviar o seu sofrimento - não é para curar, é para aliviar! - ficavam em 120 mil reais! Como é que um motorista de táxi vai arrumar 120 mil reais? Isso mais ou menos é o gasto que alguém teria de três em três meses, alguém que tivesse um problema realmente maior, para poder fazer frente a esses medicamentos. A Secretaria se negava a fornecer o medicamento, e nós, no gabinete, o orientamos de forma jurídica, para que ele pudesse conseguir através da Secretaria. E, aí, o Judiciário obrigou a Secretaria a fornecer a ele os medicamentos necessários.

Só que nós estamos falando de uma pessoa! Quantos motoristas de táxi, quantos profissionais, quantas pessoas são impedidas de exercer as suas funções porque têm o corpo coberto pela psoríase? Ela é considerada uma das doenças mais antigas do mundo. A Bíblia, muitas vezes, quando fazia referência à lepra, meu querido amigo Ferronato, fazia referência à lepra porque ninguém conhecia, naquela época, o termo psoríase, então tudo era lepra. E as manifestações que nós vamos encontrar na Bíblia muitas vezes nos confundem, por causa do desconhecimento dos homens daquela época, mas é uma das doenças mais antigas que conhecemos.

 

A Srª Fernanda Melchionna: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Luiz Braz, primeiro eu queria parabenizá-lo pela sugestão do tema da Tribuna Popular, pois eu acho que é um tema fundamental que se debata, enquanto Vereadores da Cidade, do ponto de vista das políticas de saúde, que não abarcam ainda a população que sofre com a psoríase, seja do ponto de vista psicológico e de apoio psíquico - depois, eu gostaria de fazer um relato, Gládis, e de te parabenizar, falar do meu caso específico, do apoio que encontrei em vocês -, que a Associação dá, ou seja do ponto de vista dos remédios, porque semanalmente tu gastas em torno de 60 reais, 100 reais. E, ainda, como tu falavas, Ver. Braz, com relação ao motorista de táxi, tu não tens isso garantido pelo SUS, tu não tens ainda uma rede de medicamentos que permita que o Poder Público ajude a população de baixa renda.

Eu queria parabenizar a Gládis e a Hericka pelo trabalho, todos os que compõem a PSORISUL, e falar, como portadora da doença, da importância do trabalho que vocês desenvolvem, seja do ponto de vista da comunicação, seja do ponto de vista da divulgação, de mostrar para os portadores e para a população que há uma saída no combate à discriminação e ao preconceito, que é uma coisa que nós sofremos na pele. Então, eu tenho muito orgulho de dizer que sou portadora da doença, que lutamos diariamente para combater o preconceito, e que, graças a entidades como a PSORISUL, essa luta se torna mais fácil. Obrigada pela luta. Contem conosco também, com outro gabinete amigo, junto com o do Ver. Luiz Braz aqui na Câmara, para batalhar pelos portadores de psoríase e por políticas públicas para nós, portadores, e para a população de baixa renda.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Muito obrigado, Verª Fernanda Melchionna.

 

O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Meu caro colega Ver. Luiz Braz, Dona Gládis, Dona Hericka, eu quero parabenizar o Ver. Luiz Braz por ter tido a ideia de trazer à Câmara esse assunto. Vejam a importância de criarmos aqui a oportunidade de as pessoas virem se manifestar sobre algum tipo de doença. Ver. Luiz Braz, V. Exª falou de um motorista de táxi. Eu quero dizer, Dona Gládis, que eu tinha um amigo empresário, muito bem estabelecido em Porto Alegre, mas infelizmente – e não é uma doença contagiosa -, hoje, até para sobreviver, ele tem uma dificuldade muito grande, ele era comerciante. Ver. Luiz Braz, que Deus o ilumine por trazer aqui este tema; vocês que trabalham nessa área, que Deus os ilumine nessa caminhada. Muito obrigado.

 

O Sr. Elias Vidal: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Luiz Braz, eu e a minha Bancada - Ver. Paulinho Ruben Berta e o Ver. Toni Proença - estamos contentes com a sua proposta de trazer à Casa esse debate. Quero parabenizá-lo, a Dona Gládis também, a instituição, porque sabemos que são milhões de pessoas com essa enfermidade que sofrem no mundo. E, em se tratando de saúde, em todos os lugares, nuns mais, noutros menos, sempre haverá espaço para trazer informação, para discutir, porque a informação também ajuda. Então, V. Exª está propondo à Casa esta discussão, e isso é muito interessante, é importante para todos nós. Em nome da nossa Bancada, a Bancada do PPS, parabéns!

 

O SR. LUIZ BRAZ: Muito obrigado, Ver. Elias Vidal.

 

O Sr. Reginaldo Pujol: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Braz, eu quero distribuir dois cumprimentos, o primeiro a V. Exª, que, há mais tempo, requereu e teve deferida aqui na Casa a possibilidade de fazer, no dia de hoje, uma homenagem em decorrência do transcurso deste dia especial, 29 de outubro, que é, reconhecidamente, o dia em que se faz essa cruzada positiva, é o Dia Mundial da Psoríase. No tempo que cumprimento V. Exª, de certa forma estou cumprimentando a Drª Gládis e as suas companheiras de trabalho, porque toda a movimentação proposta pelo Ver. Luiz Braz foi em decorrência do reconhecimento do trabalho realizado pela Associação.

Às vezes, não nos apercebemos, na vida, de alguns acontecimentos que ocorrem conosco. Há muito tempo, há cerca de trinta anos, eu acordei febril, porque as minhas mãos tinham umas bolhas, uma situação que eu não sabia exatamente o que era. Eu me encontrava em Caxias do Sul para a Festa da Uva, achei que era uma variação térmica e fui conduzido para Porto Alegre, porque não podia segurar nada, a sensibilidade da mão era muito grande - sangrava a mão. Aqui em Porto Alegre, um médico dermatologista fez o diagnóstico, e eu fiz um prolongado tratamento, que, felizmente, acabou dando resultado com a combinação, com algumas vacinas que fiz e coisas dessa ordem. Então, eu sei - e eu estava lendo aqui o livrinho - o que representa as pessoas se assustarem em ver alguém com a mão machucada ou com o braço machucado; vem sempre o pensamento pelo pior: “Isso é contagioso, isso vai me deixar mal”.

Então, este trabalho que é realizado e que nós, palidamente, estamos enaltecendo no dia de hoje precisa prosseguir. Presidente, precisamos ter o compromisso de, em todos os dias 29 de outubro, com mais tranquilidade do que no dia de hoje - em que estamos envolvidos com uma série de situações -, pararmos a Casa para homenagear essa cruzada maravilhosa que as senhoras realizam. Muito obrigado.

 

O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Luiz Braz, quero cumprimentá-lo em nome da nossa Bancada; também a Drª Gládis, a Drª Hericka, porque essa é uma grande luta. Acompanhei alguns casos, algumas pessoas que sofrem muito - como foi descrito pelas manifestantes - com a discriminação, com a segregação e o preconceito. Podemos contribuir com o combate trazendo esclarecimento, mostrando que é uma fatalidade que atinge algumas pessoas e que, como foi dito, é praticamente sem cura, podendo ser amenizado. De outra parte, também ainda que se saiba das dificuldades, é preciso que o SUS avance mais para aliviar um pouco o peso que muitas pessoas carregam e também ajudar na busca da afirmação da autoestima, para que essas pessoas possam ter uma vida normal. Parabéns e contem com a gente nessa luta. Obrigado.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Dr. Raul, V. Exª, como médico, deve encontrar muita gente por aí com o problema.

 

O Sr. Dr. Raul: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Luiz Braz, Sr. Presidente, eu queria dizer da propriedade em trazer esse assunto à Casa, e já saúdo também a Srª Gládis, a Drª Hericka, enfim. Realmente, é um assunto que acompanho há muitos anos. No início da minha carreira, há mais de trinta anos, eu queria fazer Dermatologia, então tive a oportunidade de lidar muito com pacientes com psoríase. É uma doença sistêmica, psíquica e, muitas vezes, com várias alternativas, vamos dizer assim, mas a Medicina não conseguiu ainda atingir um tratamento efetivo. O diagnóstico é fácil, o tratamento é muito difícil, muitas vezes muito prolongado, às vezes leva a vida inteira; assim como o vitiligo, que é uma doença que lida, mais ou menos, com a mesma questão e com o mesmo tipo de discriminação. Gostaríamos de colocar a Bancada do PMDB e todos os Vereadores da Casa - com certeza, já é uma demonstração a própria Casa ter proposto esta vinda aqui - à disposição para tudo que for possível no sentido de dar conforto e sustentação a essa causa.

 

O Sr. Airto Ferronato: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Senhoras e Senhores, meu caro Presidente, senhoras presentes, meu amigo Ver. Luiz Braz, em nome da nossa Bancada, a do PSB, queremos fazer uma referência toda especial. Em primeiro lugar, desejamos reverenciar, refletir sobre este dia; segundo, mandar um abraço a V. Exª por trazer à Câmara este assunto, que comumente não chega aqui. Em terceiro lugar, cumprimento as senhoras por essa empreitada, que é uma tarefa que deve ser capitaneada por vocês, mas envolvida por todo cidadão: qualquer doença que traga essa resistência, esse olhar desconfiado do cidadão é uma questão que merece uma atenção toda especial, pelo reflexo que traz àquele portador da doença. Por último, cumprimento V. Exª, Vereador, pelo tema, quero dizer que estamos também nessa empreitada em nome de nosso Partido, o PSB. Obrigado.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Muito obrigado, Ver. Airto Ferronato, todos os Vereadores e Vereadoras; muito obrigado, Drª Gládis, pelo trabalho que desenvolve na Associação; muito obrigado, Drª Hericka, que se dispôs a vir aqui; também agradeço a tantos outros médicos que têm feito cruzadas para poder esclarecer a população sobre esse problema, que realmente é grave, porque impede, muitas vezes, as pessoas de terem a sua dignidade, de poderem trabalhar, sobreviver, de poderem se relacionar com os outros sem passar por humilhações. Com toda a certeza, esse trabalho é sagrado.

Muito obrigado, Sr. Presidente, meu querido amigo Ver. Sebastião Melo. O Ver. Sebastião iria simplesmente suprimir esta Sessão por causa do estudo que estamos fazendo a respeito do Plano Diretor, e só não o fez exatamente para que pudéssemos fazer aqui esta Sessão, para que as senhoras pudessem estar aqui falando sobre esse tema, que é muito importante. Muito obrigado a todos. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Quero cumprimentar o Ver. Braz, estendendo o cumprimento a todos os Vereadores. Para compreensão, Dona Gládis e Dona Hericka, quero esclarecer que temos uma agenda muito cheia hoje à tarde, aqui, em razão do Plano Diretor, que é uma matéria muito importante para a vida da nossa Cidade, mas abrimos este espaço porque todos nós concordamos sobre a importância e a relevância do tema. Portanto, recebam os nossos cumprimentos. Esta Casa é parceira, sim, por meio de todos os instrumentos que ela tem, inclusive acho que vou propor um debate na TVCâmara sobre essa matéria - o Ver. Adeli e o Ver. Braz podem cuidar disso. Muito obrigado.

Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às14h33min.)

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo – às 14h34min): Estão reabertos os trabalhos.

 

(Procede-se à leitura das proposições apresentadas à Mesa.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Senhores, cumpro aqui o acordo feito com todos os Vereadores, com as Bancadas referentemente ao Plano Diretor, pois o nosso Regimento permite, sim, suspender Sessão quando se trata de tema relevante. Portanto, estamos fulcrados no Regimento Interno. E já está aqui ao meu lado o grande comandante, o grande timoneiro, para concluir os trabalhos do Plano Diretor.

Eu havia solicitado à Diretoria Legislativa lanches para a noite, mas parece que vou ter que suspender o pedido, porque os trabalhos vão encerrar antes das 18 horas. Mas, se for necessário, a Diretoria já está avisada para que os devidos lanches venham. Convido o Ver. João Antonio Dib para assumir os trabalhos.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 14h37min.)

 

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